quarta-feira, 22 de maio de 2013

Seleccionar, observar...


Com centenas de jogos de ténis por mês, não é preciso fazê-los todos, obviamente. Aliás, o sucesso vem também em saber escolher os jogos que possam trazer mais valor ao nosso trading. Jogos que trazem mais valor são jogos com odds que no nosso entender são mal dadas e/ou que incluam jogadores que conhecemos bem, que conhecemos a forma deles e que estamos bastante à vontade para transaccionar.
Por isso, o ritual de um trader de ténis deve incluir sempre, no dia anterior, em consultar as odds dos jogos que aí vêm, seleccionar os jogos que nos interessam fazer, e ver em que court e a que horas o encontro vai ser disputado. Desta forma, ainda que com alguma margem de erro, podemos planear o nosso dia à vontade e sabemos a que horas temos que estar no PC com o gatilho pronto a disparar.

Por vezes vejo jogos, abro a ladder, mas quando o jogo chega ao fim nem uma aposta lancei no mercado. Porque não encontrei nenhuma oportunidade no jogo ou simplesmente porque inclui jogadores com os quais não me sinto confortável em fazer trading. Então nestas primeiras rondas de torneios ATP 250 é clássico isso acontecer. No entanto, nunca é tempo perdido. Como exemplo, no ATP 250 de Dusseldorf que está a decorrer agora, ontem vi o jogo Sijsling x Korolev mas não fiz nada na Betfair. Sem qualquer problema porque o tempo que investi ontem a ver este jogo deu-me uma excelente green no jogo de hoje do Sijsling x Kohlschreiber. 

Posto isto, uma conclusão simples: se querem ser bons traders de ténis é bom que gostem de ténis. Fazer trading num desporto que não gostam é muito mais penoso e muito mais difícil de se obter sucesso. Eu gostava muito de ser bom trader no futebol e no cricket, mercados que tal como o ténis, gozam de uma excelente liquidez. Só que nem sei como se joga cricket, e futebol, tudo o que não meta Benfica não tenho muita paciência para ver. Assim, fico-me pelo ténis que para o meu trading é limpinho, limpinho.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Allez Benoit!


Falei o ano passado do Benoit Paire como potencial jogador em ascensão para este ano e até alguém disse aqui no blogue que este ano ia voltar para os Challengers e ninguém ia ouvir mais falar dele. No entanto cá está ele nas meias finais de um ATP 1000 depois de destruir o Granollers sem dó nem piedade.

Allez Benoit!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Go before the off



Este ano introduzi algo novo no meu trading: entrar no mercado em pre-live ou praticamente no inicio de uma partida. Só o faço, claro, quando estou bastante ciente das características e da forma dos jogadores envolvidos e o preço está completamente desajustado.

Este ano entrei em pre-live ou quase em pre-live 4 vezes.

A primeira foi em lay ao Kei Nishikori contra o Berlocq no Indian Wells, a uma odd abaixo de 1.2. Tive ainda a sorte do meu lado porque o Kei fez um jogo horrível e foi completamente dominado.

A segunda foi lay ao Federer abaixo de 2, contra o Nadal, também em Indian Wells. Nadal em crescendo, Federer em decrescendo e em grandes dificuldades para ganhar ao Wawrinka no jogo anterior. Dado o historial de ambos, o Federer nunca poderia ser favorito.

As outras duas foram já neste ATP Madrid.

A terceira foi ontem, um lay ao Tommy Robredo a 1.3 contra o Baghdatis. Tive a sorte do meu lado porque o Baghdatis foi o primeiro a fazer break e consegui fechar lá em cima, mas o Robredo fez um grande jogo depois e dominou por completo. Ainda assim achei e continuo a achar a odd exagerada, talvez devido ao facto de ter regressado a uma melhor forma e ter ganho um torneio em Marrocos. O mau Estoril Open do Robredo deu-me ainda mais confiança na Odd.

A quarta foi há pouco, um lay ao Berdych contra o Janowicz a 1.33, que fez um jogo excelente ontem contra o Querrey e o Berdych está a fazer uma má temporada de terra batida. Ainda que tenha tremido um pouco porque o Berdych entrou mais forte que eu estava à espera, nunca deixei de ter confiança na minha posição.

Das quatro vezes que entrei, como podem ver, tive sempre green, mas ainda há-de acontecer eu entrar em pre-live e estar completamente errado. Quando isso acontecer, cá estarei para documentar.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

As "relíquias" de um mercado progressivo


No (swing) trading em futebol, sejam as nossas decisões boas ou más, elas são bastante limitadas, o que facilita o nosso trabalho. Ou seja, fazemos lay a 1.5, a nossa equipa sofre golo e fechamos lá em cima, a 3 ou a 4. Ou então fechamos em red no minuto x ou se o golo for contra nós. Não há muito mais para decidir.
Mas se o futebol fosse jogado em câmara lenta e desse tempo ao mercado para reagir ao menor pormenor, e se houvesse aquele remate que não dava certezas se iria entrar, bater no poste ou ser agarrado pelo guarda-redes, quantos seriam os que esperavam pelo golo para fechar a 4, quantos seriam os que fechavam algures entre o 2 e o 3, visto que caso não fosse golo a odd voltaria à casa dos 1.5? 
Esta é a descrição do que se passa habitualmente no trading em ténis. Sendo o ténis um mercado progressivo, a combinação de decisões possíveis durante uma partida é quase infinita o que torna o nosso trabalho mais complexo, não sendo necessariamente pior por causa disso.
Um dos grandes desafios de quem começa é saber quando abrir, e principalmente quando fechar. Não há pior frustração que decidir fechar após o break e o nosso jogador falhar constantemente a conversão de break-points. Ou então decidir fechar apenas nos break-points e o nosso jogador conquistar o break e o mercado levar um safanão que nos daria muito mais lucro.
Mentalmente, apenas é preciso habituação. Sim, é verdade, muitas vezes não fecho em lucro por um ponto, assim como muitas vezes também apanho o pico do mercado. A minha referência inicial ao futebol não foi ingénua - é assim que eu vejo o mercado do ténis, como se fosse futebol. Enquanto não chega ao preço que eu quero, para mim é como se o mercado tivesse suspenso, mesmo que tenha andado 5 ticks abaixo do que eu queria. E se fecho no break, ou após o break? Pouco me interessa. Quando tiver satisfeito com o preço, fecho. Psicologicamente é desta forma que abordo melhor o trading em ténis. 
Este mercado tem o "defeito" de por vezes ser frustrante o facto de bater quase no preço a que queremos fechar e logo a seguir ir em força contra nós, mas é este mesmo "defeito" que também nos permite fechar muitas vezes em lucro mesmo quando a nível de punting estamos completamente errados. Julgo que nesse aspecto este mercado é único e explica porque quem é bom tem um hit-ratio tão elevado.