domingo, 23 de dezembro de 2012

2013


Já falta pouco para começar a nova época. Dentro do Top 4 julgo que vamos ter uma época bastante imprevisível. O Federer já demonstrou em entrevistas alguma falta de motivação. Já começa a pensar no final de carreira, já vai abdicando de alguns torneios e aqui e ali vai afirmando que está cansado. Fez um 2012 acima do que muitos esperariam que ainda era possível, que coincidiu com os Jogos Olímpicos, o título que lhe faltava e tanto ambicionava. Este ano não há nada de novo para o Federer ganhar. Com a perda gradual de consistência, julgo que vai ser um jogador bom para lays baixos contra jogadores de menor ranking.

Outra grande dúvida vai ser o regresso do Nadal. Será que vai conseguir recuperar a plena forma? Será que vai ter outra recaída?  Difícil  saber mas é outro jogador a ter em conta para, quem sabe, acontecer outra do género de Wimbledon.

Andy Murray já afirmou várias vezes que, mais que tudo, sentiu-se aliviado por ter ganho o US Open. De facto, ganhar um major era algo que o perseguia e ter ganho o US o ano passado pode libertar um grande peso nas costas do Escocês. Talento o rapaz tem, e parece estar bem entregue ao Ivan Lendl. Vamos ver com que atitude vai o rapaz para 2013.

Djokovic parece-me estar bem encaminhado. Depois do Aus Open de 2012, houve ali um  período menos conseguido em que o sérvio mesmo ganhando jogos parecia sempre arrancado a "ferros". Mas a segunda metade da época foi bem conseguida que o trouxe de volta a Nº1. Dos quatro é aquele que menos incerteza me trás. Espero um Djokovic ao nível da 2ª metade de 2012.

De resto, temos por exemplo David Ferrer(30) e Tommy Haas(34) que quebraram a lógica da idade e fizeram excelentes épocas. Aos 30 Ferrer faz a época da sua vida e com 34 o alemão volta a ganhar títulos e a disputar muitas finais. É sempre difícil saber quando o gás vai acabar, mas pelo menos para o Haas, vai ser muito complicado manter a chama viva para a próxima época. Quanto ao Ferrer, a julgar pelo final de época fantástico, não mostra para já sinais de quebra. É o verdadeiro Ferru!

Estou curioso para ver os Young Guns, enfim fala-se muito do Tomic, temos o Kei que ganhou um título importante em casa, o Raonic, embora eu ache que este emergente estilo de serviço-bomba e pouco mais chega a  um certo ponto e não dá mais, e por fim teremos os holofotes apontados para o Janowicz que é mais uma daquelas torres mas que parece oferecer algo mais que serviço e direita potentes. Até provar o contrário poderá ser mais um daqueles jogadores que aparece num torneio e depois desaparece.

Enfim, poderia falar muito mais do que falei neste post, mas não me quero alongar muito. Quanto ao resto deixo-vos aqui os meus objectivo para 2013:


-Para o ténis

    * Ano de poucos levantamentos e de subida de stakes. No final do ano gostaria de estar a usufruir ao máximo da liquidez dos mercados, o que já implica stakes de 5 dígitos em certos casos.
    * Para o WTA, espero colocar o meu nível de conhecimento o mais próximo possível do ATP. Aliás esse trabalho está já a ser feito, pois tenho estado a ver vários jogos de várias jogadoras.

-Para os outros mercados (menos prioritário)

     * A pausa do ténis deu para aprender coisas novas nos cavalos em live, mas não irei estar muito por aqui assim que a época de ténis começar. De qualquer forma, vou tentar estar no mercado durante os major events com stakes mais altas, principalmente em Cheltenham.
     * Agora que ganhei o bichinho, vou continuar a testar e a ajustar os bots que vou fazendo no MarketFeeder.
    *  A ver se é desta que arranjo mais tempo e vontade para me dedicar ao futebol. 


De resto resta-me desejar-vos um excelente Natal e um grande 2013. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dog food


Neste post é-nos recomendado que, para as nossas sessões de trading, compremos comida de cão pronta a ser ingerida caso fujamos às regras que estabelecemos ou percamos o controlo emocional.
Acho que me vou deliciar com alguns petiscos caninos sempre que perder dinheiro em back ao Raonic. Dizem que a marca Pedigree é a melhor, mas a minha cadela até parece gostar mais da comida para cão do LIDL, o que me deixa um pouco indeciso.

Agora fora de brincadeiras, dêem uma olhadela nesse blog feito pelo richard9, com boas dicas para ténis e para o trading em geral. 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Resposta


Obrigado pelas vossas respostas, gostei de as ler e algumas estiveram muito próximas dos meus pensamentos para este post. 

Por vezes no poker temos uma mão que passa de razoável a excelente à medida que as cartas vão saindo. Quando sai aquela ultima carta que vira as odds a seu favor, o jogador só pensa que se soubesse que aquela carta ia sair, poderia ter trazido mais fichas para a mesa em fases anteriores. Mas ninguém é bruxo, digo eu.

No trading existem situações semelhantes. Pode ser a equipa de futebol que tinha dificuldades em marcar, mas que marcou um golo e é muito forte em segurar a vantagem. Pode ser o tenista que conquistou um break e é patrão no seu jogo de serviço. Nos cavalos (pre-live) esta situação é clássica. Quando um cavalo está a ser transaccionado entre 2.2 e 2.3 (suporte/resistência), mas o back a 2.1 tem mais valor que o back a 2.2, porque se o preço atingiu o 2.1 significa que quebrou o suporte e tem boa probabilidade de descer com força. 

Acontecia-me por vezes um preço descer e ainda assim eu achar que tinha valor em back, mas não fazia back porque me custava fazer back a um preço que já tinha descido tanto. Sabia-me a oportunidade desperdiçada. Mas por vezes é o preço a pagar para ver as cartas na mesa. Se não têm confiança na vossa mão, esperem pelo flop, ou pelo turn, ou pelo river. Isto leva-nos a uma das maiores exigências de um trader: a paciência. E a grande vantagem do trading em relação ao poker é que não temos que pagar para ver as cartas na mesa.

domingo, 25 de novembro de 2012

Pergunta

Hoje, uma pergunta, aplicável a qualquer mercado. Num determinado evento, para a mesma selecção (equipa, jogador, cavalo), em que situações um back a 1.5 pode ter mais valor que um back a 2.0? Ou seja, a odd começou a 2.0 mas por alguma razão desceu para 1.5. Gostava de ouvir as vossas respostas.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Something simple



"We learn through repetition. Or repetition makes more familiar. Seeing something over and over again makes us have a better understanding of what is likely to happen. Experience is the best teacher. People would probably be surprised to watch a full-time trader trade, once they discovered that they probably do something very simple, repeatedly."

@ liabilitytrading.com 

domingo, 18 de novembro de 2012

Season finale...


Foi com uma final emocionante que terminou a época de ténis de 2012. O meu coração estava dividido pois de um lado estava o David Ferrer e do outro Radek Stepanek, dois tenistas que aprecio bastante. O Ferrer não merecia sair derrotado pois foi avassalador nos seus jogos e terminou a sua excelente época da melhor forma. Já o Almagro tem muito talento mas não tem a atitude de campeão de outros seus conterrâneos e hoje foi lamentável a sua reacção em algumas situações.
Quanto ao Stepanek, já gostava bastante do seu estilo clássico com uma presença forte na rede e com recurso frequente ao serve and volley. Não tinha presenciado ainda era esta sua faceta de luta e de fome pela vitória. Parecia mais ele espanhol que o Almagro e fisicamente nem se notou os seus 34 anos. Eu próprio esperava uma quebra física no quarto set após o break e por isso a minha ultima posição de 2012 no ténis acabou por ser negativa. 


  

Resta-me então começar a preparar a nova época. Para o resto de 2012 vou:

*  Ver jogos em diferido de jogadores que conheço menos e principalmente de jogadoras, para aproximar cada vez mais o meu conhecimento de WTA ao de ATP. Quero conhecer bastante bem o Top 30 do WTA e isso só se consegue vendo jogos completos das jogadoras em fases boas da época, em fases más, e se possível, nas várias superfícies.

*  Continuar esporadicamente a fazer cavalos em in-play sem recurso a imagens. Tenho introduzido estratégias novas e não sendo um mercado tão lucrativo como o ténis, é um mercado que me dá bastante gozo porque mesmo com uma gestão de banca eficiente, consegue-se percentagens de 200-600% da banca inicial em apenas um dia, o que é incrível e nada comparado a qualquer outro mercado na Betfair. Claro que em live as stakes são limitadas e por isso uso bancas pequenas, não uso bancas de 2.000€ para andar a fazer lays a odds de 20, como às vezes vejo nos fóruns...

* Voltar a fazer umas futeboladas de vez em quando, coisa que me tenho baldado ultimamente. De qualquer forma, façam o que eu digo, não façam o que eu faço: se são menos experientes e querem evoluir no trading, escolham um mercado e foquem-se apenas nesse mercado. Fazer várias coisas ao mesmo tempo só atrasa a vossa evolução, eu próprio já fui prejudicado por isso. Só que um dos meus objectivos de há muito tempo é ter EV+ nos três principais mercados da Betfair: futebol, ténis e cavalos. Não só pelo desafio pessoal mas também pela liberdade extra de escolha de horários, jogos e dias/meses de trabalho. O futebol é, dos três, aquele que tenho menos experiência.

  
Entretanto até ao final do ano irei falar dos meus objectivos para a época de ténis de 2013.  Irei também fazer uma antevisão da nova época. Em 2013 vão também voltar as análises pré e pós jogo ao estilo dos meus tempos no Valor Esperado. Espero que esta época vos tenha corrido bem e que a de 2013 seja ainda melhor!


sábado, 17 de novembro de 2012

Papel, pedra, tesoura


Diz-se muito que o estilo de jogo do Nadal incomoda o Federer, o estilo de jogo do Federer incomoda o Djokovic e o estilo de jogo do Djokovic incomoda o Nadal. Um pouco como o jogo do papel, pedra, tesoura.
Enquanto a validade deste facto possa ser questionável e debatida, o fundamento tem a sua razão de ser. 

Existem várias razões para um jogador de qualidade inferior vencer um favorito. Inspiração de um, falta de inspiração de outro, cansaço físico, factor casa, e por aí fora. Uma das mais importantes razões é o choque ou a compatibilidade de estilos. 

Somente a título de um exemplo muito básico, vamos imaginar três jogadores de nível muito idêntico mas de estilos distintos. O primeiro um baseliner de características defensivas ao estilo do Ferrer, o segundo um exímio jogador de rede do género do Stepanek, e o terceiro um atacante de alto risco como é o caso do Sam Querrey.
Podemos imaginar que o jogador de rede possa ter facilidades contra o jogador defensivo que tem estilo de jogo mais lento que lhe permita subir à rede mais vezes e concluir os pontos onde mais se sente confortável. Por outro lado o jogador atacante, por imprimir elevada potência nas suas pancadas para o fundo do court, consegue empurrar o jogador de rede mais para trás, longe da sua zona de conforto.

Claro que isto é só um exemplo, a realidade é bem mais complexa. Mas tudo isto para sublinhar mais uma vez a importância de conhecermos bem o desporto e os jogadores com quem trabalhamos. Quanto melhor conhecemos os intervenientes de uma partida, mais conseguimos visualizá-la e construir cenários possíveis. 
É comum encontrar odds de certos favoritos bem baixas e de extremo valor apenas porque o seu adversário, apesar de inferior, tem um estilo de jogo que conseguimos imaginar que possa ser incómodo para o nosso favorito.

sábado, 10 de novembro de 2012

Player Profile for Trading - Benoit Paire

Não queria fugir muito do top 30 na construção dos player profile, mas sem dúvida que haverá jogadores de interesse abaixo dessa lista de que vale a pena falar. Um deles é sem dúvida este Benoit Paire, por ser um jogador novo e talentoso, e que tem vindo a subir no ranking, sendo por isso um potencial top 30 no futuro. Começou-me a chamar à atenção num torneio de terra batida (não me lembro qual) em que chegou à final e desde aí tenho-o visto aqui e ali nos grandes torneios.

Benoit Paire
Actual #41

Pontos fortes: É um baseliner típico que privilegia as longas trocas de bola e que espera o momento certo para atacar. É forte na direita mas a esquerda não fica muito atrás. Tem um bom toque de bola e recorre ao amorti com alguma frequência. O serviço é outra das armas de excelência, o que o torna um jogador bastante completo. Quando a sua disposição física e psicológica está no ponto, é um jogador temível.
Não é propriamente um ponto forte, mas mais uma vantagem: o público parece gostar dele mesmo em torneios fora de França. É muito comum ouvir-se várias vezes "allez Benoit" nos seus jogos. Não sei se não é por ser engraçado e soar bem, mas o que é certo é que acaba por empurrar o público para o seu lado.

Pontos fracos: Paire pode ser o típico jogador talentoso que passa ao lado dos holofotes por não ter uma disponibilidade psicológica que acompanha o seu talento. É um jogador que quando se irrita pode até não ser muito expressivo mas o seu ténis muda drasticamente e os pontos fortes descritos acima deixam de existir. Se o virem assim, não esperem tão cedo por uma reviravolta, e assim sendo, pode ser desinteressante para backs altos.
Como também é inexperiente nos grandes palcos, já o vi por diversas vezes tremer em pontos decisivos do set contra jogadores de escalão acima do seu.
São problemas que podem ser resolvidos com a idade (ainda que, com 23 anos, já não seja propriamente um júnior), e se o forem, não tenho dúvidas que Benoit Paire se vai tornar num grande jogador.

domingo, 4 de novembro de 2012

ATP "1000"


Ainda que eu tenha adiado os posts relativos aos torneios a decorrer para 2013, não podia deixar esta passar. De facto tem sido incrível como este anónimo tem deixado para trás jogadores como Kohlshreiber, Cilic, Murray, Tipsarevic e Simon.
De vez em quando aparece um assim a fazer uma gracinha. Como o Rosol em Wimbledon. Só que este Janowicz repetiu a gracinha várias vezes até chegar à final.
Claro que o jogador beneficiou de muitas nuances... não houve Federer nem Nadal. Não apanhou Djokovic. Apanhou jogadores com o cansaço de final de época, outros talvez já com a cabeça em Londres. Mas venceu jogadores supostamente muito acima da sua liga. E, como o próprio admitiu, sem quase dormir na noite anterior devido à ansiedade.
O Murray disse que ele era um jogador diferente dos outros da sua estatura e é verdade. Serve bem e tem potência como os outros, mas têm uma mobilidade no court e um toque de bola que os outros não têm.

Hoje vai jogar com o Ferrer e já nada surpreende. O Janowicz têm utilizado o amorti de forma até exagerada mas tem ganho muitos pontos assim. Contra o Ferrer não pode ir por esse caminho, porque o Ferrer não papa amortis. Geralmente apanha-os quase todos. Vai ter que usar a sua potência e ser paciente contra a teimosia defensiva do espanhol. O peso emocional de uma final destas vai valer muito, mas se as emoções não prejudicaram nas outras fases quando era suposto, já nem sei se vão pesar nesta final. 

No mercado do vencedor do torneio, foram correspondidos 92€ a odd de 1000 no Janowicz.  Será que este ATP 1000 vai ser o ATP do 1000? Assim o veremos!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estatística & Feeling


It's everywhere. Nos fóruns e salas de discussão sobre apostas de trading. Todo o mundo diz que um dos segredos de se apostar com sucesso (para além do controlo emocional) é pôr de lado os nossos feelings e as nossas fezadas e apostarmos, digamos, de uma forma matemática, atendendo às estatísticas para encontrar odds que sejam favoráveis. Hoje vou falar de estatística, de feelings e da importância que ambos têm na minha forma de apostar.


* Estatística 


Quando há eleições, aparecem as previsões que são feitas com base numa amostra de milhares de pessoas com diversas características demográficas e psicográficas. Elas são feitas por entidades altamente competentes que antecipam os vencedores e a percentagem de voto. E mesmo estas previsões falham frequentemente. Posto isto, vou ser directo: não entendo a utilização da estatística como base na decisão de se apostar.

Vou começar pelo futebol. Todos os anos muitas equipas mudam de treinador, com filosofias completamente diferentes do seu antecessor. Depois há aquelas que não mudam  de treinador mas mesmo assim a sua performance desportiva muda drasticamente apenas porque saíram e/ou entraram elementos nucleares dos habituais titulares. Todos os anos as equipas mudam, e quantos mais anos passam, mais díspares são as equipas. Nos dois últimos campeonatos conquistados pelo Benfica, qual é o ponto comum entre o futebol do Benfica do Trapattoni e do Benfica do Jesus? Eu não vejo nada. Não compreendo como é que há pessoas que tomam decisões com base em estatísticas com dados de há 10, 5 ou mesmo de 3 anos para trás.

Então sendo assim, considerando apenas os dados da época actual, vou trabalhar quando? No final da época? Uma equipa de futebol, em Abril, terá feito 40 jogos, se tanto. Voltando às eleições, se eu fizer uma previsão com base na resposta de 40 pessoas, é o trabalho cientifico mais absurdo à face da terra. Se eu apresentar uma tese académica com resultados tirados de um inquérito feito a 40 pessoas, o júri não me dá uma nota, dá-me um tiro.

No entanto há pessoas que arriscam dinheiro baseando-se em amostras tão insignificantes como 40 jogos, muitas vezes em ligas que nunca viram sequer as equipas jogar.
Para quem não sabe, as casas de apostas formam odds de forma quase automática, através de um software que analisa estatísticas de encontros passados. Depois há pequenos ajustes consoante situações excepcionais (lesões, etc.) e consoante a confiança dos apostadores. Mas a base é a estatística. É por isso que o Manchester era claramente favorito contra o Bilbao na Liga Europa. É por isso que o Djokovic deste ano teve odds do Djokovic do ano passado. Por isso, na minha opinião, não é na estatística que encontramos o valor, mas sim nas situações onde a estatística está redondamente enganada. E não são assim tão poucas.

Para o ténis a estatística ainda mais falível é. Se dois jogadores já se encontraram 10 vezes no passado já é muito bom. E essas 10 vezes ainda se dividem pela superfície.  E a carreira de um jogador pode mudar tão de repente que o passado pouco importa. O Djokovic de 2010, 2011 e 2012 são 3 jogadores distintos.

Em suma, vejo as estatísticas como mera curiosidade ou informação adicional, mas não é a minha base de decisão. Poderia servir também para escolher os melhores encontros para trading, mas se conhecermos bem os jogadores, não precisamos de consultar a estatística: sabermos isso por nós mesmos.


* Feeling 


Então se, na minha opinião, a estatística não é o caminho para se ter sucesso nas apostas, como pode ser o feeling, se a maioria dos apostadores o segue e falha compulsivamente?

Antes de mais, o que é o feeling? Bem, apostar com feeling não será muito diferente que "tomar o caminho mais longo, porque a esta hora deve estar trânsito no principal" ou "levar as meloas mais leves porque normalmente são mais saborosas".

O feeling não é nada mais que uma sensação de deja vu, de observarmos uma situação idêntica a outra ou várias outras no passado e por isso existe grande possibilidade de ter um final idêntico. No fundo, não é nada mais que a identificação de padrões, um termo tão falado no mundo do trading. Para mim o problema de muita gente não está em seguir os seus feelings, mas na sua atitude perante os seus feelings, nomeadamente nestes três aspectos:

1.  Muitos apostadores criam expectativas exageradas perante os seus feelings. Ao ponto de não aceitarem bem estar errados. Acontecer B "quando era tão óbvio" que ia acontecer A. Aqui já entram as questões psicológicas de controlo emocional.

2.  Muitos apostadores escolhem os preços errados. Acham que só porque têm um feeling que algo vai acontecer, isso tem que acontecer mesmo, e por isso, qualquer preço serve porque é "dinheiro garantido". Temos que compreender que uma odd de 1.5 já representa algo muito provável de acontecer. Por isso para mim é mais fácil ver valor em odds de 2 ou mais porque são odds que representam algo pouco provável de acontecer, no entanto em muitas elas detecto uma probabilidade de acontecer bastante acima dos 50%.

3.  Muitos apostadores não têm experiência e conhecimento suficientes e isso origina feelings errados. É o que acontece quando conhecemos mal um desporto ou os jogadores/equipas com que trabalhamos. Eu sei bem qual era a minha visão quando conhecia pouco o ténis e qual é a minha visão agora, depois de ver centenas de jogos. É fulcral conhecer bem os jogadores com que trabalhamos.

Fica assim registada a minha opinião sobre o tema. Espero que vos seja útil independentemente de concordarem ou discordarem. Tenho um feeling que sim!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Problemas com os streams da Betfair?


Tenho falado com algumas pessoas e lido nos fóruns que existe muita gente com problemas nos streams da Betfair e Bet365, nomeadamente breaks e atrasos. Se eu soubesse que isto atormentava tanta gente já tinha feito um post, pois eu resolvi o problema há já algum tempo.
Espero que esta solução também sirva para vocês. O problema parece residir na versão mais recente do Flash Player - 11.3.
Aconselho-vos a desinstalar qualquer versão do Flash que têm no pc e instalar a 11.1. Deixo abaixo os links:

Versão para Internet Explorer: aqui
Versão para Firefox, Chrome e outros: aqui

Dêem feedback nos comments para saber se isto resolveu o problema.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Curto, médio e longo


A Betfair dá-nos total liberdade de abrir e fechar as nossas apostas sempre que decidirmos. Permite-nos abordar o trading de ténis sob várias perspectivas. Segundo o que fui experimentando e desenvolvendo no meu trading, tomo a liberdade de dividir as possíveis abordagens em três estilos de trading: curto, médio e longo-prazo.

Curto-prazo

Aqui se inclui os famosos "back ao servidor" e "lay ao servidor", ou seja, apostar a favor ou contra o servidor no inicio de um jogo e fechar no final desse jogo. Sabemos que é mais provável o servidor vencer o jogo, e por isso mesmo o trade paga menos. Como referência, num jogo masculino equilibrado, o back ao servidor é o equivalente a apostar a uma odd de 1.5, e o lay ao servidor é o equivalente a apostar a uma odd de 3 (aproximadamente). Estas condições mudam consoante as odds iniciais ou o estilo de jogador (um back a um servidor de elite, como por exemplo o John Isner, pagará menos que um servidor menos eficaz, como por exemplo o Gilles Simon). Num jogo feminino, o back ao servidor deverá pagar mais que um jogo masculino, pois a possibilidade de break também é maior.
Existem outras variações de curto-prazo como o famoso back ao jogador que está a perder 40-0 e esperar que este recupere. Enfim, as possibilidades são infinitas, depende do vosso perfil e estratégia. Eu pessoalmente cada vez menos faço trading a curto prazo no ténis.

Médio-prazo

Quando fazemos trading a médio-prazo estamos a apostar em situações como "o jogador x vai conquistar um break" ou "o jogador x vai ganhar o set". É muito importante, no trading a médio-prazo, saber as odds relativas às nossas apostas, ou seja, quanto ganhamos se estivermos certos e quanto perdemos se estivermos errados. Conhecer o mercado e de que forma ele se move é de extremo valor, mas em caso de dúvida posso recomendar o "Tennis Trader", ferramenta do BetAngel. Não é 100% fiável, mas dá-nos uma boa ideia.

Longo-Prazo

No trading a longo-prazo vamos ter em conta as odds absolutas e o seu valor face ao que está a acontecer no jogo. Quando adaptamos o longo prazo devemos relativizar o resultado, nunca perder a referência de quem é o melhor jogador e aproveitar os seus momentos menos bons para apanhar boas odds. Entrar quando tem valor e sair quando já não tem. Não nos podemos esquecer que quanto mais tarde entramos no mercado, mais o resultado importa e menos tempo existe para as coisas acontecerem. 
Não nos podemos esquecer que o trading não se trata de adivinhar quem vai ganhar ou perder. Por mais pequena que seja, todo o jogador tem uma possibilidade de ganhar um jogo. Definam para vocês mesmos a odd justa de cada jogador e usem isso como base para as vossas decisões.

* Para o pouco que resta desta época não vou fazer análises pré e pós jogo. Para já vou investir mais nestas abordagens "académicas" e continuar a construir o perfil de trading de cada jogador.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Player Profile for Trading - Richard Gasquet

Não quero que o GSM seja apenas a minha nova casa para dar continuidade ao meu blogging no VE. Vou também introduzir algumas novidades. Uma delas é a construção de uma espécie de "base de dados" dos principais jogadores do ATP (e WTA no futuro). Também espero ao máximo que o GSM tenha sentido bidireccional, por isso conto convosco para discordar ou completar o que eu escrevo. E como não conheço bem todos os jogadores, de vez em quanto vou desafiar-vos para serem vocês mesmos a fazer o perfil de um jogador específico. Aceitam o desafio? O critério de escolha de jogadores vai ser relativamente aleatória - o que me vier à cabeça. Hoje o jogador que resolvi escolher é o Richard Gasquet.

Richard Gasquet
Actual #13

Pontos fortes: É um jogador muito talentoso, com um ténis muito atractivo e com um excelente ataque. Ataca bem de direita mas a sua grande pancada é a esquerda paralela a uma mão - é bela de se ver e produz imensos winners. Psicologicamente evoluiu bastante e hoje em dia não se deixa afectar facilmente por maus arranques.

Pontos fracos: Não é muito rápido, e por isso não é um grande jogador a defender. O amorti geralmente resulta bem contra ele. O físico também não é o seu forte e às vezes dá a sensação que começa o jogo cansado. Por vezes vai-se abaixo em fases mais adiantadas do encontro - principalmente em jogos a 5 sets o que o torna um bom jogador para lays baixos nos últimos jogos da partida.
Quanto ao serviço, podia ser melhor. Ou seja, tem os seus momentos, mas não é propriamente aquele jogador que dizemos que vai buscar o seu melhor serviço quando está em apuros.

domingo, 14 de outubro de 2012

Alguns esclarecimentos


Antes de mais queria agradecer o apoio de todos no nascimento deste novo blogue. Não posso deixar de esclarecer alguns pontos acerca da minha saída do Valor Esperado e acerca deste novo blog.

* A minha saída do Valor Esperado não é nenhuma revolta contra o Daniel. Até me sinto mal que alguém possa pensar isso. O Daniel é um grande amigo e vou apoiá-lo nos seus projectos, sejam eles quais forem.
No entanto o Valor Esperado foi criado com uma ideia comum, e essa mesmo deixou de existir. Neste momento o Valor Esperado está a ser e vai ser o motor de promoção do novo serviço do Daniel. Não tinha grande vontade de ter os meus posts no meio disso tudo, daí o nascimento do GSM.

* Eu não sou contra os serviços a pagar dados por traders profissionais sejam eles de que natureza forem. Sou contra os maus serviços, mas não sou contra eles existirem. 
Temos que ver uma coisa: não estamos a falar propriamente em "maneiras de cozinhar o seu bacalhau com natas de uma forma rápida e deliciosa". As dicas que vos são dadas por traders profissionais, por mais pequenas que sejam, valem dinheiro. Aproximam-vos de ganharem dinheiro. Até tornam o mercado mais competitivo - a transformação do mercado pre-live dos cavalos é a prova disso.
O Daniel é um trader profissional no Futebol, o mercado mais popular de todos (e ganha aos pontos ao segundo). Ele tem conhecimentos muito valiosos, tem pessoas interessadas em pagar para obtê-los, por isso tem uma excelente oportunidade para conseguir um rendimento extra e acho justíssimo que seja (bem) pago por isso. 

* Eu não fecho a porta a um dia mais tarde fazer o mesmo. Não vou cometer esse erro de dizer "dessa água não beberei". Tudo pode acontecer no futuro. O que vos posso adiantar é que muito provavelmente não irei vender vídeo-conferências, vídeos, tips, ou qualquer outro tipo de trabalho que me mantenha fechado em casa por mais tempo. Para isso já me basta o trading. 
Se optar por esse caminho as minhas prioridades serão primeiro fazer algo que me dê um enorme prazer e só depois fazer algo que me dê dinheiro. Ou seja, seria algo como dar aulas (físicas) ou algo que me ponha fora de casa a falar com pessoas cara-a-cara. No entanto, não tenho qualquer plano para o fazer nos próximos tempos.

* O blogue, por definição, veio configurado para que os comentários sejam automaticamente aceites. Vou deixar assim para já. Espero um blogue bem menos movimentado que o Valor Esperado e por isso menos sujeito a SPAM agressivo e a ofensas gratuitas. Espero que seja possível manter isto assim, mas se não for, terei que voltar ao esquema da moderação. Conto convosco para tornar este espaço saudável, que é mais meu do que vosso, mas não deixa de ser de todos ;)

* Vejo pelos comentários que muitos dos meus leitores não são apostadores de ténis e que querem posts de futebol ou de cavalos. Bem, na verdade a minha ideia era mesmo falar exclusivamente de ténis. É o desporto que adoro, que percebo e do qual vos posso escrever com alguma qualidade. Eu entendo pouco de futebol, tenho a certeza que há leitores que entendem muito mais do que eu. No entanto vou tentar, no melhor que posso, falar-vos desses mercados. Mas pelo menos 90% dos posts vão ser dedicados ao ténis.

sábado, 13 de outubro de 2012

Novo espaço



Olá a todos. O meu nome é João, also known as joaorsf ou PTHorseTrader em vários fóruns de trading. Mais recentemente fui um dos autores do blogue Valor Esperado, mas pelas razões apresentadas no mesmo, decidi abandonar o projecto e continuar aquilo que já fazia no Valor Esperado, mas neste espaço.
Não digo que não aborde outros temas, mas será um blog essencialmente para discutir ténis e o trading em ténis. Haverá alturas que será actualizado com frequência, outras nem por isso, o blogue irá na maré da minha vontade e inspiração, mas tentarei actualizá-lo mais que o que fazia ultimamente no Valor Esperado.

Dúvidas, sugestões e perguntas acerca deste novo espaço podem ser feitas nos comentários.

Um abraço,
João.